Na Síria, em 4 anos, morreram 256 mil pessoas. No Brasil, quase 279 mil.
Em 2015, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte foram os mais violentos.
O Brasil tomou conhecimento nesta sexta-feira (28) de um número espantoso, assustador. No ano passado, o país teve 170 assassinatos por dia.
O Brasil não está em guerra com ninguém, mas quando se olha para dentro o que se vê é uma guerra urbana. Em 2015, 58 mil pessoas foram assassinadas no país. É como se a cada nove minutos uma pessoa fosse morta de forma violenta.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que fez o cálculo trágico, afirma que morre mais gente assassinada no Brasil do que em países que estão, de fato, em guerra.
Na Síria, por exemplo, em quatro anos, morreram 256 mil pessoas. No Brasil, no mesmo período, quase 279 mil.
Proporcionalmente, três estados do Nordeste foram os mais violentos no ano passado: Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte. Os que registraram menos assassinatos por 100 mil habitantes foram Santa Catarina e São Paulo.
Entre milhares dessas mortes, houve muitos casos de chacinas, como a que aconteceu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, em setembro de 2015.
Quatro adolescentes, entre 16 e 18 anos de idade, que trabalhavam como entregadores de pizza, foram fuzilados por quatro homens que chegaram num carro em frente à pizzaria. Nenhum dos que morreram tinha passagem pela polícia, e o inquérito foi arquivado, sem solução. Restou ao pessoal do bairro fazer uma homenagem para três dos quatro que morreram: Douglas, Carlos Eduardo e Mateus. O outro, a mãe dele não permitiu fazer o grafite.
“Eu sinto que a justiça realmente não foi feita. Isso é uma ferida aberta que nunca vai ser totalmente preenchida”, disse Juarez Sabino de Souza, pai de uma das vítimas.
Em todo o país, a polícia, que deveria fazer parte da solução, está virando uma das causas e, também, estatística. Por dia, são nove mortos pelas armas da polícia e pelo menos um policial morto.
Proporcionalmente, segundo o fórum, temos a polícia que mais mata e a que mais morre no mundo.
“Há condições de mudar esse cenário. Precisa ter vontade política, prioridade e precisa, acima de tudo, ter disposição para enfrentar o problema”, disse Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
FONTE: G1GLOBO
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